O Nordeste brasileiro é considerado como região de condições climáticas
adversas, as quais prejudicam o desenvolvimento das atividades na agropecuária,
devido às carências nutricionais dos rebanhos, cuja baixa produtividade deve-se
aos manejos alimentar, reprodutivo e sanitário deficientes.
Uma estratégia a
ser usada para melhorar os níveis produtivos desses rebanhos seria a adequação
destes manejos. Na época seca, com as pastagens deficientes, necessário se faz
obter alimentos de alto valor nutritivo com custos reduzidos que devem ser
utilizados com mais frequência no sistema de produção intensivo visando
aumentar a produção de carne.
Para os pecuaristas este é um dos maiores problemas enfrentados, gerando
como consequência, a baixa produtividade dos rebanhos na estação seca.
Portanto, é necessário conhecimento adequado sobre as exigências nutricionais
dos animais e da composição dos alimentos para obter uma produção animal
eficiente. Portanto se faz necessário adquirir técnicas de conservação de
alimentos, tais como: ensilagem e fenação, assim como a utilização de resíduos
agroindustriais, restos de culturas, que assegurem a manutenção da produção nos
períodos críticos.
A industrialização da fruticultura tropical tem propiciado enormes
sobras de subprodutos, que in natura ou beneficiados, poderão contribuir com
uma parcela expressiva na alimentação de ruminantes, porém as pesquisas e as
informações na utilização dessas fontes alternativas para alimentação animal
ainda são limitadas. No entanto, grandes quantidades de restos de cultura e
resíduos agroindustriais são produzidas, porém com pouca utilização na
alimentação animal.
Atualmente, as agroindústrias investem no aumento da capacidade de
produção, gerando grandes quantidades de subprodutos, que geram custos
operacionais para as empresas ou poluição para o meio ambiente; a utilização
desses subprodutos, considerando as limitações proteicas e ressaltando seu conteúdo
energético pode ser uma importante alternativa alimentar para ruminantes.
Uma estratégia que tem sido bastante utilizada é o emprego de restos
culturais, disponíveis por ocasião das colheitas, que podem ser utilizados como
volumoso na época de escassez de forragem.
Os resíduos agrícolas e subprodutos da agroindústria gerados no processo
de produção, podem ser utilizados na alimentação animal e assim, diminuir a
competição entre homens e animais pelos grãos produzidos. Além disso, reduz os
custos com a alimentação animal e minimizando o problema de destino de alguns
resíduos, que provocam poluição ambiental. A utilização desses resíduos na
alimentação animal depende de uma série de fatores, como: proximidade entre o
setor de criação e o setor de produção dos resíduos, custos com transportes,
características nutricionais, armazenamento e manipulação dos mesmos.
A alimentação é responsável pela maior parte dos custos de produção
animal e pode dificultar a criação de caprinos e ovinos, especialmente, em
relação aos pequenos produtores. A carência de forrageiras com elevado valor
nutricional no período das secas diminui o crescimento, ganho de peso,
reprodução e saúde dos animais, provocando baixos rendimentos nas explorações
pecuárias.
Pensando dessa maneira, vê-se nos restos culturais de abacaxi (RCA), uma
alternativa eficiente e econômica para produtores de abacaxi, que também criam
pequenos ruminantes em suas propriedades.
O Brasil é o maior produtor mundial de abacaxi. No mercado nacional, o
abacaxi responde por 5,2% do valor da produção de frutíferas, segundo a FAO
(Organização das Nações Unidas para Agricultura e Alimentação). Em 2006 foram
produzidos 1.707.088 milheiros de abacaxis sendo o rendimento médio de 25.538
frutos/ha; e a área colhida 66.845 há (IBGE/2006).
O município de Umburanas localizado na Região Centro-Norte da Bahia,
cerca de 540 km da Capital Salvador, tem se destacado pela sua produção de
abacaxi, sendo recentemente zoneado pelo Ministério da Agricultura e Pecuária
(MAPA) como região produtora, possui hoje em torno de 197 hectares de abacaxi
plantados, com uma produção média de 19 milhões de frutos (IBGE/2011) e um
rebanho efetivo de 23.250 cabeças caprino e 10.800 ovinos (IBGE/2011).
Apesar da importância dessa cultura pouco se conhece sobre o uso dos
subprodutos dessa cultura na alimentação de ruminantes no Brasil
(Bergamaschine, 2001).
A produção de abacaxi oferece dois tipos de subprodutos: os restos de
cultura resultantes após a colheita dos frutos e os resíduos do processo de
industrialização da fruta, ambos podem ser usados na alimentação de pequenos ruminantes.
Por esse motivo, hoje na Universidade Federal do Recôncavo da Bahia,
encontra-se em andamento, um estudo experimental sobre a utilização de restos
culturais de abacaxi, passando pelo processo de amonização, para ser uma forma
de alimento alternativo para ovinos.
Essa pesquisa tem sido desenvolvida por um mim, Técnica em Agropecuária
e estudante de Zootecnia com supervisão da orientadora Profª Drª Adriana
Bagaldo com o apoio logístico da COOPERBAHIA (Cooperativa Agrícola Mista do
Estado da Bahia), Universidade Federal do Recôncavo da Bahia (UFRB) e
financeiro da Fundação de Amparo á Pesquisa do Estado da Bahia (FAPESB).
“Faça aquilo que gosta e você nunca trabalhará...
ZOOTECNIA para nós um estilo de VIDA!”
Texto enviado por Helainne de Oliveira Silva, estudante de Zootecnia da Universidade Federal do Recôncavo da Bahia.
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